quarta-feira, 21 de julho de 2010

TECNOLOGIA E FORMAÇÃO DO PROFESSOR COMO NECESSIDADES ESTRUTURANTES DE NOVAS EDUCAÇÕES

A concepção de aprendizagem exaustivamente disseminada nos dias de hoje ressalta o quanto são importantes as interações entre sujeitos e objetos para a aprendizagem. Apesar dos discursos inquietantes e iniciativas mobilizadoras, protagonizamos, enquanto educadores, uma situação extremamente paradoxal: enquanto as crianças interagem cada vez mais com informações audiovisuais e meios eletrônicos, vivendo em um mundo permeado pelas novas tecnologias, somos formados para ministrar um ensino baseado em técnicas pedagógicas, conteúdos e materiais convencionais. Muitos educadores acabam apenas reproduzindo os modelos tradicionais de ensino quando propõem atividades com objetos digitais em sala de aula, desconsiderando a transição do paradigma aprendizagem/sala de aula/escola para a perspectiva aprendizagem/redes sociais/sociedade do conhecimento.
O preparo, a formação dos docentes para a utilização de mídias e objetos digitais como materiais didático-pedagógicos se faz urgente, pois o uso pedagógico e integrado da tecnologia na educação, nas mãos de educadores que conhecem e sabem utilizá-las pedagogicamente é a definitiva transição entre a prática tradicional para uma prática inovadora e libertadora, capaz de formar sujeitos aptos a participarem ativamente da sociedade do conhecimento e da tecnologia.
Para tanto, exige-se dos profissionais da educação um novo entendimento dos processos educativos, e tais conhecimentos só podem ser construídos a partir da vivência, da experiência pessoal e da sua formação em ambientes virtuais.
Também é importante ressaltar que o trabalho mediado por tecnologias requer mudanças na concepção de ensino e aprendizagem e, conseqüentemente, na postura do professor. O professor precisa adequar-se à necessidade de propiciar aos alunos o desenvolvimento de competências para lidar com as características da sociedade atual, que enfatiza a autonomia do aluno para a busca de novas compreensões, por meio da produção de idéias e de ações criativas e colaborativas, enfatizando a necessidade de estruturar e adequar estratégias, recursos e métodos, mudar a forma de ensinar, para proporcionar novas formar de aprender.
Por outro lado, esses novos desafios educacionais ainda não se encaixam na estrutura do sistema de ensino, que mantém uma organização funcional e operacional – como, por exemplo, horário de aula de 50 minutos e uma grade curricular seqüencial – que dificulta o desenvolvimento de projetos que envolvam ações interdisciplinares, que contemplem o uso de diferentes mídias disponíveis na realidade da escola e impliquem aprendizagens que extrapolam o tempo da aula e o espaço físico da sala de aula e da escola.
São grandes desafios da educação, que precisa adequar-se às novas tendências, às novas educações, a combinar o técnico com o pedagógico e, essencialmente, a formar professores para que eles orientem e desafiem os alunos, para proporem a atividades pedagógicas mediadas e integradas com as TIC’S de modo a contribuir para a aquisição de novos conhecimentos e participação ativa dos educandos na sociedade do conhecimento.

Um comentário:

  1. Excelente texto.Acredito que o sucesso de políticas para formação para o professsor, perpassa pelas idéias contidas no seu texto.O tipo de abordagem pedagógica utilizada frente ao uso das tecnologias é o que favorece a construção da aprendizagem.Um abraço.

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